19 de novembro de 2010

Dança da rotina

Correu e parou. Mais forte que a luz e mais rápida que o vento. Ela não tinha toda a dança em seus pés, mas sabia por onde começar. Estava intacta e queria desenhar o chão. Ávida e fervorosa. Era só pernas, braços e desejo. Dois pulos, pra frente e pro lado. Dois pulos, pra trás e girava. Dois pulos e tudo de novo, bem alto e sem parar. E via nos olhos de quem sabia mais, a chance de se tornar alguém mais sólido. Mais forte e pro alto. Dois pulos e além. Um dia ela estaria no topo e então poderia parar de pular [não agora]. E pulos mais altos, mais fortes, pro lado e pro outro, até chegar lá.

Blindado

Não te quero por acaso e nem por você me querer
Se isso tudo é dependência, procure outro vício
É melhor outra coisa que não me faça sofrer

Estarei sempre do seu lado
Mas você não se entrega, me renega
Como algum dos dois vai saber?

Fala manso e fica sério, já cansei de brincar
Tenho pressa e não consigo viver só a esperar
Não enrola, eu te conheço, ninguém mais vai saber
Entre a gente já está certo, deixa logo acontecer