28 de janeiro de 2010

Noite em dia

Passa o tempo, noite e dia
Sigo em frente, noite e dia
Olho em volta, noite e dia
Fecho os olhos , noite e dia
E desejo com alegria
que um dia o que era noite
vire dia e leve embora essa agonia
que eu sinto noite e dia
Dia e noite, noite em dia

27 de janeiro de 2010

Certa Esperança


Cheio de dúvidas. Cheio de insegurança. Em duplo sentido: são muitas incertezas [e elas parecem só aumentar toda vez que tento encontrar uma solução] e de "saco cheio" de tudo. Desvio o pensamento, mas adiante ele reflete e continua se projetando. E vem com pressa, com vontade de que algo se realize. Que se realize torto, ou morno, ou até mesmo por partes, mas que algo aconteça. Por que, de que adianta a perfeição se a tarefa nunca tem início? Prazos, esperas, demora. Só o que me falta é paciência. Ter sido paciente por todo o sempre só demonstra que tive medo. Medo de falar. Medo de pedir. Medo de aceitar coisas boas. Medo de mostrar o melhor e o pior que existe dentro de mim. E até mesmo medo de amar. Não como uma simples timidez, mas como um densa e assustadora fobia. Bem pior que isso seria permanecer medroso. Mas então, um dia, se revela. Me revelo. Toda a tristeza de uma vida contida e sem graça quer ir pra longe, quer deixar de existir. A promessa de tempos mais coloridos caminha de mãos dadas com a esperança que parece não ter fim. Porém logo essa promessa dá lugar a uma certeza: a felicidade consiste em ser livre. Dizer que se é feliz sem ser independente é conversa fiada. E percebo que a bonança só era uma fase. Assim como as coisas boas da vida, a liberdade deve ser conquistada, tem que ser reciclada, todos os dias, em cada ação. O outro jeito seria renegar os seus, chutar tudo pro alto, deixar de vez o porto seguro e navegar por águas desconhecidas. Águas desonestas, desleais e até mesmo desumanas. Em outra visão: isso seria se perder, e por completo. Então bem melhor é continuar sonhando e acreditando. Melhor sentar e esperar. Ou melhor ainda, é esperar agindo, fazendo valer a espera. Porque a promessa deu lugar a uma certeza ingrata, mas a esperança segue de mãos dadas [no mesmo passo, e ela não larga por nada], pois ela sim é sua maior e única certeza.