23 de fevereiro de 2010

Quarto Selvagem

Queria eu poder voltar no tempo. Na época em que, aos sábados, fazia uma cabana de colchão e lençóis. Adormecia depois de comer algum lanche que havia preparado especialmente para ser comido ali, dentro da casinha forrada com travesseiros. E imaginava estar em uma floresta. No infinito do quarto dos meus pais eu acampava e nenhuma fera poderia me abalar, pois eles sempre estavam a dois metros de mim.

21 de fevereiro de 2010

Negócios da vida

Me importo demais. Comigo e com os outros. Os outros nem sempre são os outros. As vezes são uma extensão de mim ou a minha outra metade. Não que eu seja incompleto. Mas eu sempre me importo. E importo os outros. Pra dentro de mim. Pra preencher esse vazio, esse que todos temos. Eu tomo dores, eu vivo vidas, eu sonho junto com aqueles que me importo. E importo suas mazelas, suas dúvidas, seus quereres. Também me exporto. Eu compartilho o melhor e o pior de mim. E vivo fazendo isso porque vivo. E continuarei nesse mercado. O mercado da vida. Essa troca de mercadorias-sonhos, desejos, amores, desilusões, vontades, medos.