Correu e parou. Mais forte que a luz e mais rápida que o vento. Ela não tinha toda a dança em seus pés, mas sabia por onde começar. Estava intacta e queria desenhar o chão. Ávida e fervorosa. Era só pernas, braços e desejo. Dois pulos, pra frente e pro lado. Dois pulos, pra trás e girava. Dois pulos e tudo de novo, bem alto e sem parar. E via nos olhos de quem sabia mais, a chance de se tornar alguém mais sólido. Mais forte e pro alto. Dois pulos e além. Um dia ela estaria no topo e então poderia parar de pular [não agora]. E pulos mais altos, mais fortes, pro lado e pro outro, até chegar lá.
Um comentário:
"a chance de se tornar alguém mais sólido."
A imagem da poesia flui tão bem, como o fervor dos desejos da menina, do ser humano.
Muito bom. :)
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