28 de julho de 2010

Pequeno príncipe

Pequeno príncipe das horas vagas. Que me ocupa a mente quando ela está mais que vazia. Aquele que nunca pensei que pudesse se fazer ausente. Egoísmo meu achar que tudo seria aceito e aplaudido. Obrigado, pequeno príncipe, por me fazer perder esse encanto bobo. Juro não mais deixar você me desapontar.

25 de julho de 2010

Deserto

Licença, tenho um deserto a limpar. Não correrei por entre a floresta de cactos, nem os espinhos poderão me ferir. Dessa vez eu vim mais ágil, mais ávido e só vou embora quando tudo ficar pronto. Voa pelo deserto, cava, enterra e sopra a areia. Pede pra que não chova e reza pra o tempo ajudar. Seriam bons ventos meus aliados? E continua a enterrar, a cavar, soprar e rezar.

O início do espetáculo

"Cinco minutos pra começar! Quando abrir esteja pronto!" Todo molhado, todo encolhido, só o sangue corria pelas veias. Esperava pelo momento em que, enfim, poderia respirar aliviado. Ou simplesmente respirar. Então a luz. Seria normal, um urro da mãe. Bem-vindo á vida, garotinho.

Lava a água

Lavo um prato, uma colher
Lavo um garfo, uma faca
Lavo a louça, lavo a pia
Lavo a água, lavo a alma

Mas algo continua sujo
Algo continua imóvel
Não evolui, não se destila
Não se dilata, não satisfaz

Agonia da madrugada
A falta de algo pra lavar
A alma ainda á espera
Só a água vem me molhar