29 de junho de 2010

Clubinho do quintal

Bem mais que soltar pipas. Bem mais que subir em árvores. Bem mais que explodir o muro do colégio público vizinho a casa de minha avó. E eu pensei que iria ser sempre assim. Também foi mais que roubar banana que minha prima escondia debaixo da cama e isso sempre foi bem mais além. Finais de semana inteiros, que passavam como segundos. E a espera deles, que pareciam meses. O grupo,o clubinho. A inocência e a sede de aventura. Nada mudou por completo. Ainda somos os mesmos, só que mais crescidinhos.

Me ame mais

Me diz que você não quer isso. Que não me espera atento na tela. Confessa que te falta o ar quando minha janela sobe e tudo começa a parecer valer a pena. É sensação de missão cumprida. Comprida, missão cumprida. Espera eu falar e nada. Já disse, meu papel é outro. Mas isso não significa que não te ame. Só que eu espero que me ame mais.

No fim

Impossível me testar. Todos sabem o mais longe que eu consigo chegar. Perto. Não muito trágico, talvez porque só eu saiba de verdade, onde estarei daqui a cinco ou dez anos. Perto? Nem de longe. A distância é equivalente ao tempo da minha espera. No fim eu estarei melhor que eles e terei o direito do orgulho. Trajetória elíptica que me fará sorrir no fim de cada dia. Cada dia de sucesso. Cada noite de festa. Cada ano mais além. Mais longe, mais alto. Falar do fim agora é se precipitar, ainda mais quando o que eu procuro é um começo. Um meio de começar.

Parceiro de Deus

E se Ele existir? Como ficariam os incrédulos?
Peço mesmo é que Ele exista. Seria a maior diversão vê-los todos se perderem em seus próprios domínios. Toda possibilidade de vida e as oportunidades mais certas seriam seus álibis e a principal prova contra eles. Que se queimem. Eu não me importo. Dexei de fazê-lo há muito tempo, pois vivo a esperar que Ele apareça e torço pra que os outros se explodam. Será se Ele ainda vai demorar? Temos muito a fazer e todos os condenados a julgar. Eu e Ele ao meu lado. E disso eu sei, Ele sempre está.

Nunca de nós

Mãe, eu te amo, mas agora não. Eu sei de todo o plano. De toda a luta. E esperava que fosse diferente. As vezes, quando se cresce, você passa a querer fazer sua própria luta. Você sabe que eu lutei, luto e lutarei até o fim por nós. Pelo o que somos. Mas essa é uma luta minha. É meu começo. Por favor, não pense que esnobo suas vontades, ou que eu sonho alto demais e não conseguirei. Nós temos duas vertentes. Ou mais. E o bom da vida é o que temos que fazer pra viver o presente. E esse passa depressa. Não tem espera. Solte suas armas e deixe-me pegar as minhas.
Pai, andar em linha reta as vezes é difícil. Preciso de tempo e espaço. Tempo e espaço, assim como as flores e tudo o que é do campo. Tudo no seu espaço e em seu tempo. Pensar em atravessar pro outro lado da estrada também me dá arrepios. Ainda mais quando essa é uma rodovia, daquelas cheias de grandes carros, enormes e imponentes. E assim serei um dia. E o senhor bem conhece essa história. Fácil? Não foi! Mas hoje estamos aqui. E disso não abrirei mão. Nunca de nós.

Queria esperar

Espera, quero te ver
Vamos construir um império, é sério
Medo de te perder
Vamos até o fim do mistério
Eu espero

Quero te conhecer
Você nunca viu tão sincero, eu quero
Te ganhar, te perder
Sempre mais bonito que ontem
O inferno

Esperar para que?
Sempre ao meu lado como antes
Eu quero
E já deve saber, bem querer
O quanto eu quero e espero você

Addicted



É tarde demais pra eu pensar em ir dormir. Desse jeito seria melhor eu juntar minha bela noite com meu dia. Isso, com meu dia. Simples dia. Mas veja só, agora que vai virar a noite e mesmo assim já acho que está tarde demais para eu ir dormir. Não tenho essas necessidades dos seres humanos comuns. Eu sei e sempre soube que era geneticamente modificado, proteção contra o amor. Proteção conta a dor. Mas do que eu estou exatamente me protegendo? Ganho calma toda noite e a perco na hora do despertar. É um ciclo. É um vício. Vamos nos viciar.

Dias de rebeldia

O espelho da sala eu quebrei
Todas aquelas taças cafonas também
Não tinha paciência com aquela televisão, se foi

Hoje planejo me jogar da ponte
Será talvez esse o dia da minha grande iniciação
Ou o último, dos meus de rebeldia

28 de junho de 2010

29/06 - Late

- Eu ainda não sei do que eu gosto de verdade.
- Quer tentar de novo?
- Hmmm.
- Dessa vez você come.
- Só se você não contar pra ninguém.

27 de junho de 2010

Do alto

Daqui de cima você me pareceu especial, mas quando se está tão alto é difícil descer pra conferir as outras possibilidades. Ainda mais quando elas são menos excitantes do que as outras do mesmo plano. Bom seria se você subisse aqui e me tomasse por seu. Aquela vez, por você, eu pensei descer e construir um patamar só nosso. E fui. Mas não tinham degraus e caí fundo. Queda rápida e dolorosa. Não se engane, já estou aqui em cima de novo, firme e forte e mais determinado a descer novamente. Como você me vê daí de baixo?